domingo, 23 de março de 2014

Iara Portugal nossa fundadora da Abraz e presidente honorária

Se a doença de Alzheimer tivesse cura, poderíamos chamá-la de Iara Portugual. Sim, Iara Primo Portugal, mais precisamente. Nós não estaríamos aqui se não fosse a garra e a força dessa mulher. Ou, mesmo que estivéssemos, não seríamos os mesmos nessa luta contra o tempo. A ABRAz vive um momento muito importante hoje, 17 de março de 2014, pois conseguimos dar mais um passo para valorizar o trabalho da Associação, agora com uma regional só nossa.

Mas, voltando ao começo desse discurso, preciso falar um pouco mais dessa senhora especial para todos nós. Foi pelo aprendizado com o marido Francisco que a ideia da ABRAZ surgiu, em 22 de julho de 2002. O amor pelo marido transcendeu os obstáculos e a fez permanecer construindo, passo a passo, esse sonho de ajudar ouras famílias.

É evidente que o caminho não foi de flores, apesar de dona Iara ter o perfume de um jardim inteiro. Foi doloroso ver o distanciamento do seu amado Francisco e as falhas que a memória duramente apresentava. Como ele, outros Fernandos, Robertos, Marias e Elisas surpreendem seus filhos e companheiros com questionamentos aparentemente tão bobos. Onde está a chave do carro? Desliguei o gás? Que dia é hoje? São perguntas que a idade provoca automaticamente, pensam os parentes. Mas, ao passar do tempo, os questionamentos bobos tiram-lhe água dos olhos ao detectar que o esquecimento faz parte de uma doença maior, sem cura e degenerativa.

Meu Deus, o que fazer? – desesperam-se todos. Dona Iara provou que existe uma gama enorme de possibilidades, de tratamentos, de vitórias conquistadas. Sem medo, vamos longe. Com amor, vamos de perto. É de mãos dadas que o familiar deve caminhar com seu ente doente. É com amor e dedicação que se prolonga a vida, sim. É por meio do atendimento multidisciplinar que encontramos a fórmula quase mágica para compreender e tratar o Alzheimer. Cura? Não, ainda não temos. Mas podemos amenizar dores e proporcionar qualidade para essas pessoas que tanto amamos.

Nosso propósito é esse: ajudar. Nosso lema? União. Nossa cartilha: informação. É na Associação que os manuais estão, que as teorias se revelam, que as práticas conversam e que os corações se encontram. A partir de agora, lançamos um novo desafio às pessoas de bem que assumiram essa causa e são muitos: médicos, familiares e especialistas. Cada um traz um pouco de si e leva um pouco da gente.

Temos certeza de que as coisas acontecerão de uma forma plena a partir de agora. Sabemos da responsabilidade que ganhamos, mas, na verdade, nós já a adotamos desde o princípio. Nossa vontade é maior que a dor e a tristeza Doençanca de Alzheimer. E nossa esperança... Ah, nossa esperança, essa é a maior do mundo.

Obrigada dona Iara por nos ensinar como não desistir e por nos inspirar a cada encontro. A todos os presentes podemos afirmar: nossa luta é eterna. Vamos transformar a doença do “não me lembro”, do “não sei”, do “ele nem sequer me reconhece mais” na doença do “eu posso ajudar”, “eu te amarei, mesmo que não saibas mais meu nome” e “eu te darei a mão até o fim”.

Vamos transformar a doença do Alzheimer na doença do amor. Esse sim é o roteiro principal do filme das nossas vidas. É para isso que a Associação está aqui.

Muito Obrigado!


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