quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Texto da nossa vice presidente AbrazRS Cleonicia Bertolucci sobre a palestra da Psicóloga Suzete Cassalha



A família e o Alzheimer

Em sua palestra a psicóloga Suzete Cassalha falou da relação familiar frente o mal de Alzheimer. A instalação da doença leva o paciente e a família a um transtorno que parece regredir a vida de todos envolvidos, a estrutura familiar passar a viver uma perturbação emocional, os sintomas são impostos ao paciente e geram uma dependência progressiva e deve-se lembrar e ressaltar que a família deve permanecer unida.

Para o conhecimento da doença é necessário que se receba informações suficientes para que se possa enfrentar esse desafio diário e, que o paciente seja respeitado como elemento de função imprescindível quando surge esse quadro na família. Não deve delegar a um só cuidador o manejo com seu familiar doente, essa tarefa exige atenção, afeto, compreensão, paciência e principalmente respeito. Faz-se necessário um planejamento familiar dos cuidadores.

O cuidador é a pessoa mais importante na vida de um portador de Alzheimer, ele será o elo do doente com a vida. Será o responsável pelo seu bem estar e qualidade de vida. Ele terá que ter a sensibilidade para "sentir" em nome do paciente quando ele passar frio, calor, dor, fome, desconforto, sono, etc. Estar atento com suas funções fisiológicas.

Por isso eu falo com experiência, dar muito amor é um exercício de muita paciência e paciência. Agora esse cuidador também tem que se cuidar, deve ter seus momentos de lazer e descanso.

A família quando está unida, quando busca ajuda, fica sabendo mais sobre o mal de Alzheimer, buscando informações, torna tudo mais tranquilo. Assistindo palestras, documentários, reportagens, lendo artigos, consultando especialistas, vai adquirindo experiências junto ao próprio doente.

Eu, como fui uma familiar cuidadora deixo aqui um poema que um dos membros da Associação Americana de Alzheimer escreveu:

"Eu tenho estado zangado, mas não estou em agonia;

Eu tenho estado frustrado, mas não estou com medo;

Eu tenho estado solitário, mas não estou perdido;

Eu tenho sido combativo, mas não estou desanimado;

Eu tenho sido desencorajado, mas não estou desesperado;

Eu tenho minha fé e isso prevalecerá sobre tudo mais;

Nós cuidadores, vivemos um dia de cada vez;

E agradecemos ao Senhor por nosso grupo de apoio."

Paul A. Schratwieser

A missão da ABRAZ é longa e árdua, mas nós voluntários e profissionais da área da saúde temos nossas responsabilidades.

Tenha sempre em mente que a ABRAZ sou eu, é você, somos nós e todos temos responsabilidades. Essa é a razão pela qual você não está sozinho.

Cleonicia Lima Bertolucci

Cuidadora familiar e voluntária da ABRAZ