sábado, 25 de janeiro de 2014
Mal de
Alzheimer: a doença do amor
Especialistas indicam
que o carinho e a participação da família amenizam as dores da doença. A
Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAZ) ganhou uma regional gaúcha e orienta
familiares sobre como lidar com o problema.
Tudo começa com pequenos lapsos de memória, uma singela
apatia e uma quase não percebida desorientação quanto ao tempo e ao espaço. O
Mal de Alzheimer é uma doença degenerativa com avanço lento. Provocando
alterações na memória, personalidade e habilidades, possui alguns estágios e pode
ocasionar, em última fase, a restrição ao leito, mutismo, dor à deglutição e
infecções intercorrentes.
Até
o momento, não existe cura para a Doença de Alzheimer, conforme explica o
presidente da regional gaúcha da Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAZ-RS),
Dr. Alberto Maia. “Conseguimos garantir uma sobrevida aos pacientes com os
avanços da medicina. Além disso, estamos orientando como proporcionar a essas
pessoas uma qualidade de vida melhor, mesmo nos estágios piores da doença”,
explica.
Parte
do Alzheimer é consequência de alterações de uma substância presente no cérebro
denominada acetilcolina. “O paciente precisa ser medicado para inibir a
degradação dessa substância. Mas não é só isso, outras medidas simples também
auxiliam no tratamento, garantindo um avanço menos doloroso da doença tanto
para o portador quanto para seus familiares”, revela.
Essas
medidas citadas pelo médico são colocadas em práticas pela Dra. Aline
Rodrigues da Silva, terapeuta ocupacional e gerontóloga. “Os familiares são
fundamentais no tratamento, mas demoram um pouco para compreender isso.
Atividades de vida diárias que alimentem a criatividade, a memória e autoestima
do paciente fazem toda a diferença e retardam as fases agudas da doença”, explica.
Aline,
que também é diretora da regional da Associação, orienta as pessoas quanto a
formas de facilitar o processo. “É preciso saber que o paciente vai apresentar
sinais claros de dependência ao longo da doença, pode ficar agressivo e em
algum momento não conseguir fazer as necessidades básicas sozinho. Algumas
coisas podem ser inevitáveis, mas o sofrimento pode ser amenizado”, diz.
Para
auxiliar os familiares das vítimas de Alzheimer do RS e ampliar suas atividades,
a antiga ABRAz sub-regional Porto Alegre, que por muitos anos esteve aos
cuidados da Dona Iara Primo Portugal, agora virou estadual.
Confira
algumas dicas:
Amor acima de tudo
Além
do tratamento convencional, o carinho e a presença da família é o maior segredo
para administrar melhor a situação. Escrever cartas, presentear com flores e falar
o quanto o portador é amado faz com que todos se sintam melhores.
Música
Não
trate o portador como um incapaz, mesmo que fisicamente assim ele se encontre.
Coloque sua música preferida, cante e dance para ele. Permita que ele continue
com as emoções que mais o agrada. Lembre-o de uma música antiga, faça-o
redescobrir sons desconhecidos.
Artes
Transforme
seu familiar em
um artista. Convide-o para pintar e colorir incentive-o a
escrever alguma poesia. Monte um mural de fotos com as imagens dos familiares e
dos amigos. Faça-o repetir os nomes, pergunte quem são as pessoas e o que
fazem.
Alimentação
Pacientes
podem desenvolver perda de peso ou fome em excesso. No entanto, não há
restrições alimentares nas primeiras fases da doença. Enquanto o portador
conseguir se alimentar sozinho é importante que ele se nutra bem e com as
próprias mãos. Após as limitações aparecerem, alguns cuidados serão
necessários. O paciente pode apresentar problemas ao digerir o alimento, pois
ele acaba não lembrando como mastigar. Nesses casos, a comida deve ser
triturada.
Não se culpe
O
familiar não pode virar o doente. Não deixe que a culpa tome conta de você. O
Alzheimer é uma doença inerente a vontade das pessoas. Seja honesto e admita
que sozinho é mais difícil auxiliar o paciente. Será necessário contratar
cuidadores e especialistas para complementar o tratamento farmacológico.
Procure ajuda
Seja
qual for o sexo ou a idade do paciente, procurar ajuda é fundamental. Procure a
regional da ABRAZ da sua cidade e conte com o auxílio dos profissionais da
Associação. “Dividir as dúvidas, os conflitos e os medos tornam a caminhada
mais tranquila. A Associação está aberta a todos que necessitam de apoio,
informações e dicas para viver melhor com a doença”, diz Aline. Saiba mais pelo
email: alinersilvato@gmail.com
e acesso o facebook: Abraz regional Rio Grande do Sul.
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