Mal de
Alzheimer: a doença do amor
Especialistas indicam
que o carinho e a participação da família amenizam as dores da doença. A
Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAZ) ganhou uma regional gaúcha e orienta
familiares sobre como lidar com o problema.
Tudo começa com pequenos lapsos de memória, uma singela
apatia e uma quase não percebida desorientação quanto ao tempo e ao espaço. O
Mal de Alzheimer é uma doença degenerativa com avanço lento. Provocando
alterações na memória, personalidade e habilidades, possui alguns estágios e pode
ocasionar, em última fase, a restrição ao leito, mutismo, dor à deglutição e
infecções intercorrentes.
Até
o momento, não existe cura para a Doença de Alzheimer, conforme explica o
presidente da regional gaúcha da Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAZ-RS),
Dr. Alberto Maia. “Conseguimos garantir uma sobrevida aos pacientes com os
avanços da medicina. Além disso, estamos orientando como proporcionar a essas
pessoas uma qualidade de vida melhor, mesmo nos estágios piores da doença”,
explica.
Parte
do Alzheimer é consequência de alterações de uma substância presente no cérebro
denominada acetilcolina. “O paciente precisa ser medicado para inibir a
degradação dessa substância. Mas não é só isso, outras medidas simples também
auxiliam no tratamento, garantindo um avanço menos doloroso da doença tanto
para o portador quanto para seus familiares”, revela.
Essas
medidas citadas pelo médico são colocadas em práticas pela Dra. Aline
Rodrigues da Silva, terapeuta ocupacional e gerontóloga. “Os familiares são
fundamentais no tratamento, mas demoram um pouco para compreender isso.
Atividades de vida diárias que alimentem a criatividade, a memória e autoestima
do paciente fazem toda a diferença e retardam as fases agudas da doença”, explica.
Aline,
que também é diretora da regional da Associação, orienta as pessoas quanto a
formas de facilitar o processo. “É preciso saber que o paciente vai apresentar
sinais claros de dependência ao longo da doença, pode ficar agressivo e em
algum momento não conseguir fazer as necessidades básicas sozinho. Algumas
coisas podem ser inevitáveis, mas o sofrimento pode ser amenizado”, diz.
Para
auxiliar os familiares das vítimas de Alzheimer do RS e ampliar suas atividades,
a antiga ABRAz sub-regional Porto Alegre, que por muitos anos esteve aos
cuidados da Dona Iara Primo Portugal, agora virou estadual.
Confira
algumas dicas:
Amor acima de tudo
Além
do tratamento convencional, o carinho e a presença da família é o maior segredo
para administrar melhor a situação. Escrever cartas, presentear com flores e falar
o quanto o portador é amado faz com que todos se sintam melhores.
Música
Não
trate o portador como um incapaz, mesmo que fisicamente assim ele se encontre.
Coloque sua música preferida, cante e dance para ele. Permita que ele continue
com as emoções que mais o agrada. Lembre-o de uma música antiga, faça-o
redescobrir sons desconhecidos.
Artes
Transforme
seu familiar em
um artista. Convide-o para pintar e colorir incentive-o a
escrever alguma poesia. Monte um mural de fotos com as imagens dos familiares e
dos amigos. Faça-o repetir os nomes, pergunte quem são as pessoas e o que
fazem.
Alimentação
Pacientes
podem desenvolver perda de peso ou fome em excesso. No entanto, não há
restrições alimentares nas primeiras fases da doença. Enquanto o portador
conseguir se alimentar sozinho é importante que ele se nutra bem e com as
próprias mãos. Após as limitações aparecerem, alguns cuidados serão
necessários. O paciente pode apresentar problemas ao digerir o alimento, pois
ele acaba não lembrando como mastigar. Nesses casos, a comida deve ser
triturada.
Não se culpe
O
familiar não pode virar o doente. Não deixe que a culpa tome conta de você. O
Alzheimer é uma doença inerente a vontade das pessoas. Seja honesto e admita
que sozinho é mais difícil auxiliar o paciente. Será necessário contratar
cuidadores e especialistas para complementar o tratamento farmacológico.
Procure ajuda
Seja
qual for o sexo ou a idade do paciente, procurar ajuda é fundamental. Procure a
regional da ABRAZ da sua cidade e conte com o auxílio dos profissionais da
Associação. “Dividir as dúvidas, os conflitos e os medos tornam a caminhada
mais tranquila. A Associação está aberta a todos que necessitam de apoio,
informações e dicas para viver melhor com a doença”, diz Aline. Saiba mais pelo
email: alinersilvato@gmail.com
e acesso o facebook: Abraz regional Rio Grande do Sul.
Muito bom poder contar com ajuda de quem entende. Obrigada pelas dicas Aline.
ResponderExcluireu como familiar me sinto hoje gratificante de ter sabido lidar com meu marido com a doença de Alzheimer e esse saber foi através da ABRAZ e hoje estou lá para ajudar pessoas que nos procuram .
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